11/08/2016 08:00 - O Estado de SP
Com quase 12 autuações em média por minuto, o número de multas por excesso de velocidade dobrou na capital paulista nos quatro primeiros meses de 2016, em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 2,07 milhões de infrações do gênero no primeiro quadrimestre, ante 1,07 milhão em igual período de 2015. O aumento de 93% considera somente as infrações de velocidade que superam em até 20% a máxima permitida. Somando todos os tipos de autuações, o volume de multas cresceu 50% no período.
As infrações por transitar em velocidade superior à permitida em até 20% representam quase a metade de todas as penalidades (5,2 milhões) praticadas por motoristas. Isso é explicado, entre outros fatores, pela redução das velocidades máximas no perímetro urbano implementada pelo prefeito Fernando Haddad (PT).
Essa política ganhou força e se tornou polêmica em 2015, quando a Companhia de Engenharia do Tráfego (CET) padronizou em 50 km/h a velocidade máxima na capital e alterou os limites de velocidade nas Marginais do Tietê e do Pinheiros. A Prefeitura argumenta que o objetivo da redução é melhorar as condições de segurança dos usuários e diminuir o número de feridos e mortos no trânsito.
De acordo com informações da CET, o número de acidentes com vítimas nas Marginais passou de 608, no primeiro semestre de 2015, para 380 no mesmo período deste ano.
Haddad: ‘Multa pune o infrator, não o motorista
Em entrevista à Rádio Estadão e à TV Estadão ontem, o prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Fernando Haddad (PT), disse que “as multas não são uma forma de punição ao motorista, mas ao infrator”. Em maio deste ano, o prefeito chegou a virar réu em uma ação civil de improbidade administrativa por causa da disparada na arrecadação de multas. Na ação, promotores afirmaram que Haddad criou uma “indústria da multa”.
O petista defendeu a política
de redução dos limites de velocidade
na capital como forma de
diminuir acidentes e mortes no
trânsito. “Cinco por cento dos
motoristas de São Paulo respondem
por 50% das multas na cidade.
Não é melhor olhar pelo outro
lado? Temos 9 mil feridos e
250 feridos a menos em um
ano”, disse. “Olho pelo lado positivo:
morei no exterior um tempo
e a gente fazia abaixo-assinado
para botar radar onde tivesse um
atropelamento. Essa questão precisa
ser mais bem entendida.