O compartilhamento de veículos está se tornando uma realidade na maior metrópole do País. Já são pelo menos seis empresas que atuam reguladas ou que entraram com requerimento na Prefeitura de São Paulo para prestar esses serviços. As opções vão desde o modelo de motorista particular, como o Uber, até caronas e aluguel de carros entre pessoas.
Segundo Rodrigo Pirajá, presidente da São Paulo Negócios, três fatores fazem da capital paulista o cenário ideal para veículos compartilhados: uma população de 11 milhões de habitantes, transporte público pouco desenvolvido e serviços regulados.
A Pegcar é uma dessas empresas. O dono do veículo se cadastra no site, coloca as fotos e características do carro e o preço do aluguel por hora, dia e semana. O cliente informa local, data e horário da retirada e devolução. O pagamento é feito por transferência bancária intermediada pela empresa, que cobra 10% do valor da transação. “Vemos pessoas que não têm carro e que às vezes precisam, seja por algumas horas ou dias. É isso que oferecemos”, explica Conrado Ramires, sócio da Pegcar.
A ideia de poder pegar um veículo a qualquer momento e pelo tempo que quiser é um dos pilares que sustentam o compartilhamento. E foi baseado nele que a Zazcar começou a operar em São Paulo. Pelo site, os clientes solicitam um cartão que permite a retirada do veículos em um dos 50 pontos da cidade. O preço é de R$ 49,90 fixos por mês, mais R$ 3,90 por hora usada e R$ 0,89 por km rodado.
Até mesmo montadoras já investem no negócio de car-sharing, como é conhecido globalmente. Neste mês, a GM lançou um projeto piloto que consiste em uma frota de veículos que pode ser alugada, por exemplo, para o trajeto da casa ao trabalho. O serviço ainda está em fase de testes na fábrica de São Caetano do Sul (SP) e deve chegar à capital até o fim do ano.
“O mundo hoje é um grande laboratório e as montadoras estão participando dessas mudanças”, diz o diretor de Planejamento e Estratégia do Produto da Fiat para a América Latina, Carlos Eugênio Dutra. A montadora se aliou ao Google para criar carros autônomos.
Apesar do apelo econômico, nem todas as empresas têm como fundamento a monetização dos veículos. No caso da BlaBlaCar, a ideia é conectar condutores e passageiros com o mesmo destino para que eles dividam custos. Pelo site ou aplicativo, os usuários publicam sua rota, data e hora de saída e encontram motoristas ou passageiros com o mesmo destino. O site mostra o preço da viagem, que é estimado pela plataforma e pode ser aumentado em até 50% pelo condutor.
Além dessas empresas, a espanhola Cabify já opera na cidade com um sistema similar ao do Uber. Lift e WillGo se preparam para entrar no mercado. As empresas de táxi 99, Easy Taxi, Wappa e Vá de Táxi também demonstraram interesse em operar no sistema Uber. Para isso, segundo decreto da Prefeitura, elas também deverão oferecer sistemas de compartilhamento no futuro.