Depois de 30 anos, Rio ganha nova linha de metrô

30/07/2016 08:28 - O Globo / Folha de SP

Desde 1981, quando a Linha 2 do Metrô foi inaugurada, conectando a Zona Norte ao Centro, o Rio de Janeiro praticamente não avançou na expansão do seu sistema metroviário. De lá pra cá, a população aumentou de 5.1 milhões para 6.6 milhões e os engarrafamentos se tornaram tão frequentes e intensos que a cidade maravilhosa ganhou outro título: o de uma das cidades mais congestionadas do mundo, de acordo com pesquisas internacionais. A chegada da Olimpíada de 2016 trouxe a possibilidade de construir a Linha 4 do Metrô, ligando a Barra da Tijuca a Ipanema. De acordo com estudo de demanda desenvolvido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), a Linha 4 vai transportar diariamente cerca de 300 mil passageiros. Com a nova linha, o passageiro vai levar 34 minutos entre a Barra e o Centro da cidade, algo impensável para os dias atuais. Até Ipanema, a viagem vai durar somente 13 minutos.

“O estudo mostrou ainda que a migração de usuários de outros meios de transporte para a Linha 4 permitirá redução de aproximadamente 40% nas viagens de automóveis no eixo Barra - Zona Sul. Estes usuários representam cerca de 28% da demanda total da Linha 4. Para os ônibus, a redução prevista é de cerca de 48%, contribuindo com 72% da demanda total da Linha 4. Serão menos 4 mil carros por hora/pico circulando diariamente nesse trecho”, afirma Luiz Carlos Duque, coordenador de projetos da FGV.

Com isso, espera-se, além da diminuição no trânsito, uma redução também no número de acidentes e de doenças relacionadas às poluições sonora e do ar. Os benefícios devem impactar também o comércio, pois a chegada do metrô aumenta a circulação de pessoas e a valorização dos bairros. Segundo a Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) e o Conselho Empresarial de Comércio de Bens e Serviços da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRio), espera-se um aumento de 10% nas vendas dos estabelecimentos no entorno das cinco novas estações: Nossa Senhora da Paz, em Ipanema; Jardim de Alah e Antero de Quental, no Leblon; São Conrado e Jardim Oceânico, na Barra.

Proprietário de uma loja de tecidos na Avenida Ataulfo de Paiva, no Leblon, Oscar Ferman, de 52 anos, viu subir o tapume em frente ao seu comércio e agora comemora. “Estava preocupado com os clientes, mas a construção do metrô é fundamental para a mobilidade e o desenvolvimento de qualquer cidade”, afirma ele.

Para o secretário de Estado de Transportes, Rodrigo Vieira, este é o maior legado em mobilidade que o Rio de Janeiro ganha com os Jogos Olímpicos. “A Linha 4 do Metrô está pronta para começar a operar, entre Barra da Tijuca e Ipanema, encurtando distâncias para melhorar a qualidade de vida da população. São pessoas que ganharão mais tempo para o lazer e para a família”, diz o secretário.

MetrôRio assume operação

Com a inauguração da Linha 4 hoje, dentro do cronograma previsto pela engenharia - antes dos Jogos Olímpicos -, o novo trecho do sistema metroviário passa a ser operado pela Concessionária MetrôRio. A concessionária também é responsável pela operação das Linhas 1 e 2.

Em julho deste ano, o sistema já atendia a 850 mil usuários por dia. Com a operação plena da Linha 4, mais 300 mil passageiros serão transportados diariamente. O novo trecho também permitirá que o passageiro possa se deslocar entre a Barra e a Pavuna pagando apenas uma passagem.

A Linha 4 fecha o anel de alta performance de transportes na cidade, conectando-se às demais linhas de metrô e ao sistema de ônibus articulados BRT, na Zona Oeste.

Construção impactou economia da cidade

A construção de uma obra deste porte beneficia moradores e trabalhadores do Rio, mas também produz um impacto relevante na cadeia produtiva de todo o país. Desde 2010, quando as obras começaram, foram gerados cerca de 30 mil postos de trabalho e distribuídos R$ 3 bilhões em salários aos profissionais envolvidos na obra. No pico da construção havia 9.717 colaboradores - 40% deles vindos de 23 dos 26 estados brasileiros e Distrito Federal.

Ao longo dos seis anos, os consórcios construtores pagaram cerca de R$ 3 bilhões em impostos municipais, estaduais e federais (31% do valor do empreendimento), reforçando os cofres públicos.

Durante o projeto, a Concessionária Rio Barra, responsável pela implantação da Linha 4, preocupou-se em proporcionar um ambiente de qualificação e desenvolvimento profissional. Assim, com o fim das obras, o efetivo estaria mais preparado para o mercado de trabalho. Entre os programas havia capacitação, cursos técnico, de inglês, informática e alfabetização. Aproximadamente 15% dos funcionários entraram como ajudantes ou serventes e saíram profissionais como pedreiros e carpinteiros.

O pedreiro Cícero Cândido do Nascimento foi um desses. Na infância, a necessidade de ajudar em casa o afastou da escola. Com 55 anos, empenhado em recuperar o tempo perdido, participou do Estação do Saber, voltado aos colaboradores que cursaram até o 5° ano do Ensino Fundamental, com aulas no contraturno do trabalho. “Eu não sabia escrever nem ler. Não escrevia meu nome direito, me perdia nas letras. As aulas foram uma benção”, conta “seu” Cícero.

Custo da Linha 4 está dentro da média mundial

Obra seguiu normas internacionais para construção e operação de metrô

O projeto da Linha 4 do Metrô, para ligar a Zona Oeste à Zona Sul, ficou engavetado por mais de 30 anos. Em 2010, começou, enfim, a sair do papel. Construída no coração de uma cidade densamente povoada, a obra teve desafios imensos. Após seis anos de construção, a nova linha fica pronta e é considerada por especialistas a maior obra de infraestrutura urbana da América Latina executada nos últimos anos. Justamente por sua complexidade técnica, contou com o que há de mais moderno na engenharia e seguiu normas internacionais como a mais rigorosa para construção e operação de metrôs no mundo, a americana NFPA-130.

Entre São Conrado e Barra, bitúnel tem cinco quilômetros

Apesar do incômodo causado por uma obra deste porte, com interdições de ruas e ruídos, a construção ocorreu dentro da média de tempo internacional para obras de metrô subterrâneo. O investimento de cerca de R$ 530 milhões por quilômetro construído está dentro da média mundial. A avaliação, feita por quilômetro, como indica a tabela acima, destaca exemplos como a Linha 3 de Caracas, o metrô Marta de Atlanta, nos Estados Unidos, e a Linha D de Lion, na França.

Para a execução da Linha 4 do Metrô, mais de 200 especialistas, consultores nacionais e internacionais, e 340 empresas trabalharam no projeto, com desafio logístico de coordenar 365 equipamentos de grande porte, 22 canteiros de obra e cerca de 10 mil colaboradores no pico da obra. Ao longo destes seis anos de obra, os canteiros passaram por auditorias externas e a construção recebeu a certificação de gestão de qualidade ISO 9001.

A Linha 4 utilizou soluções de engenharia inovadoras no Brasil e tecnologia de ponta, como o ‘Tatuzão’ - máquina alemã que escavou túneis na Zona Sul -, que chegou nas estações do Leblon debaixo d’água, para equilibrar as pressões do terreno; e a manta impermeabilizante que envelopou a Estação Jardim Oceânico, na Barra, por causa da presença de lençol freático e alto nível de salinidade. O material é o mesmo utilizado no Ground Zero de Nova York, onde foram reconstruídos os prédios do World Trade Center.

Maior bitúnel do mundo

No trecho entre a Barra e o Leblon, escavado em rocha por detonações controladas, os túneis foram construídos sob a Pedra da Gávea, com cobertura de rocha de 840 metros (altura de Nova Friburgo) e sob a comunidade da Rocinha, a 13 metros abaixo das casas, sem danos aos imóveis. Os avanços chegaram a variar entre 40 centímetros e quatro metros de escavação por dia, dependendo da qualidade do maciço. As rochas, aliás, são da era neoproterozóica, com idades entre 1 bilhão e 541 milhões de anos, mesmo tipo que formam o Morro do Pão de Açúcar.

Neste trecho está o maior bitúnel escavado em rocha entre estações de metrô do mundo, com cinco quilômetros, ligando a Barra a São Conrado. Cumprindo exigência das normas internacionais de segurança, de lá até a Gávea, há 28 interligações com portas corta-fogo e ventilação e exaustão a cada 244 metros, para casos de emergência durante a operação da nova linha.

Ainda na Barra, a arquitetura em curva e a altura da ponte estaiada também têm um motivo: não há fundações dentro do canal da Barra, o que preserva o ecossistema e a navegabilidade de embarcações. Assim, também foi possível manter a circulação de veículos e o gabarito nas ruas localizadas sob a sua estrutura, como a Estrada da Barra da Tijuca e a ponte nova do Itanhangá.

Ao longo dos anos de construção, mais de mil estudantes e profissionais estrangeiros visitaram os canteiros para conhecer de perto a execução e os desafios da Linha 4 do Metrô do Rio de Janeiro, mostrando que a complexidade desta obra deixa um legado técnico e de conhecimento para a Academia e engenharias brasileira e mundial.

Evelyn Rosenzweig, 61 anos, advogada e pres. da Associação de Moradores do Leblon:

Ouvi alguém dizer que metrô é bom. Isso acabou ficando na minha cabeça. É um meio de transporte que só traz benefícios. É mobilidade para todos. Já deixei de ir a lugares por não ter metrô onde moro”.

Lucy Justen, 74 anos, aposentada, moradora de São Conrado

A rapidez do transporte do metrô será fundamental para o bairro, que sofre muito com os engarrafamentos. Outro dia, demorei uma hora para atravessar o túnel e chegar ao Leblon. Com o metrô, chegar ao Centro e Copacabana será muito mais fácil”.

Leandro Santos, 31 anos, operário, morador da Rocinha:

Trabalhei com muita dedicação porque a Linha 4 vai beneficiar milhares de pessoas, inclusive a minha comunidade. Estou ansioso para poder usar e levar meus filhos para passear”.

18 ANOS APÓS LICITAÇÃO, LINHA 4 ABRE NA SEGUNDA

Licitada há 18 anos, Linha 4 será inaugurada hoje, mas só opera a partir de segunda, para atender aos Jogos. FVG calcula em R$ 883 milhões por ano a economia que será gerada nos deslocamentos

Dezoito longos anos se passaram desde que as obras da Linha 4 foram licitadas, em dezembro de 1998, ainda no governo Marcello Alencar. Tamanha espera pela chegada do metrô a seu bairro transformou o presidente da Câmara Comunitária da Barra, Delair Dumbrosck, num dos mais entusiasmados convidados da viagem inaugural, marcada para hoje de manhã, e que terá o presidente interino, Michel Temer, como ilustre passageiro. O projeto do metrô para a Barra só foi levado adiante por causa da Olimpíada. Mesmo assim, com o traçado modificado — em vez de seguir pelo Jardim Botânico até Botafogo, a via tomou o rumo de Ipanema. E a estação Gávea deixou de ser olímpica e ficou para 2018, desde que o estado consiga R$ 500 milhões para concluí-la.

GUITO MORETO - Nova ligação. Num teste, antes da inauguração, trem para na nova Estação São Conrado: Linha 4 só será liberada para a população no dia 19 de setembro e em horário reduzido


— Quando tiver que ir ao Centro, só vou de BRT e de metrô. Tenho uma estação de BRT (lote zero do Transoeste) em frente ao meu escritório. Salto em cima da estação da Linha 4, no Jardim Oceânico. São 30, 40 minutos de viagem, e ainda não preciso dirigir. De carro, levo até duas horas — diz Dumbrosck.

DE INÍCIO, USO RESTRITO

A partir de segunda-feira, só credenciados para os Jogos e espectadores com ingresso e que comprarem bilhetes especiais poderão usar a Linha 4. Mas já estão sendo feitos os cálculos até de vantagens econômicas da nova ligação, que entrará em operação para a população em 19 de setembro, um dia após o fim da Paralimpíada. Tomando como base o salário médio no Rio, a população transportada pela futura via e a redução do tempo de deslocamento entre Barra e Centro/Zona Sul, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) estima uma economia de pelo menos R$ 883 milhões por ano. Em 25 anos, o valor salta para R$ 22 bilhões, recursos que dariam para construir duas linhas 4 (o custo, incluindo obras, trens e sistemas é de R$ 9,7 bilhões).

— O número é bem conservador. A economia pode ser maior ainda. A Linha 4 inicia a operação plena com 300 mil passageiros por dia, volume que irá aumentando com o passar dos anos. Por isso, consideramos uma média de 450 mil usuários/dia para os 25 anos de concessão. Se usar o metrô, o passageiro da Barra poupará duas horas diariamente, uma na ida e uma na volta. Mas, no cálculo, usamos o ganho de uma hora. Já o salário médio no Rio é de R$ 1.600, ou R$ 7,27 por hora. Multiplicamos 450 mil pelo valor da hora trabalhada e por 270 dias úteis por ano — explica o coordenador de projetos da FGV, engenheiro Luiz Carlos Duque.

A FGV mediu ainda a redução de gastos com combustíveis a partir da previsão de retirada de dois mil veículos por hora de rush, em cada sentido, do eixo Barra-Zona Sul. Considerando o valor médio de R$ 3,80 por litro de combustível, a permanência desses quatro mil veículos nas garagens representará economia de R$ 24 milhões anuais (R$ 615 milhões em 25 anos).

O comércio também vislumbra reflexos positivos. A Câmara dos Dirigentes Lojistas e o Conselho Empresarial de Comércio de Bens e Serviços da Associação Comercial esperam um aumento de 10% nas vendas dos estabelecimentos no entorno das estações Nossa Senhora da Paz, Jardim de Alah, Antero de Quental, São Conrado e Jardim Oceânico.

— Além dos benefícios econômicos, há os sociais. Pais, por exemplo, vão poder ficar mais duas horas em casa por dia cuidando da educação de seus filhos. E retirar quatro mil carros por hora das ruas, nos horários de pico, é tornar a cidade mais sustentável — afirma o secretário estadual de Transportes, Rodrigo Vieira.

O passageiro da Linha 4 poderá ir do Jardim Oceânico (Barra) à General Osório (Ipanema) em 15 minutos. Da Barra ao Estácio, serão 42 minutos. Até a estação Uruguai (Tijuca), 50. E até a Pavuna, com transbordo, 1h20m. Com 16 quilômetros, a nova linha representa um crescimento de um terço em relação à malha atual. Ela deverá fazer o metrô do Rio bater, pela primeira vez, a casa de um milhão de passageiros por dia (hoje são cerca de 850 mil), embora bem menos do que os 3,6 milhões transportados diariamente nos 70 quilômetros do metrô de São Paulo.

Pelo cronograma olímpico, as obras civis da Linha 4 deveriam ter sido concluídas em dezembro, iniciando-se uma fase de testes, para que a operação comercial fosse deflagrada em 1º de junho. No entanto, atrasos na execução e no repasse de verbas modificaram o cronograma. Após os Jogos, a via operará para o público, inicialmente, em horário reduzido (de 11h às 15h) e com baldeação para a Linha 1 na Estação General Osório. A expectativa da operadora (Metrô Rio) é que, até o fim do ano, a Linha 4 funcione em horário integral, com 15 trens e intervalos de quatro minutos.

E o futuro? Apesar de considerar bem-vinda a expansão até a Barra, Miguel Bahury, ex-presidente do metrô e atual membro do Conselho Diretor do Clube de Engenharia, diz que o sistema está incompleto:

— É preciso implantar a ligação Estácio-Carioca-Praça Quinze e concluir a estação da Gávea para se começar a pensar em rede metroviária. Executar o trecho previsto no projeto original da Linha 4, com a via passando pelo Jardim Botânico e Humaitá, também é fundamental. Outra questão importante é aproveitar a chegada à Gávea para seguir em direção às estações Uruguai e Saens Peña, criando uma linha circular, a exemplo de Londres.

EMPENHO PARA CONCLUIR GÁVEA

De acordo com o secretário estadual de Transportes, o estado está empenhado em conseguir os R$ 488 milhões necessários para terminar a estação Gávea:

— Assim que os Jogos terminarem, vamos detalhar o cronograma da estação.

Segundo a concessionária Rio Barra, responsável pela implantação da Linha 4, o túnel entre São Conrado e Gávea está pronto. Faltam perfurar 1,2 quilômetro (do Leblon à Gávea) e concluir 58% das obras da estação. Já Vieira garante ser prioridade do governo detalhar o projeto e o orçamento da ligação Estácio-Praça Quinze:

— Vamos calcular quanto a concessionária e o estado deveriam arcar para implantar o trecho, que é uma prioridade, porque vai permitir mais que dobrar a capacidade da Linha 2.

FOLHA DE SP

Obra mais cara da Olimpíada, linha 4 do metrô será inaugurada no Rio

A linha 4 do metrô do Rio será inaugurada neste sábado (30) após consumir mais de um quarto do custo oficial dos Jogos e correr risco de não ficar pronta para o evento.

A construção dos 16 quilômetros de trilhos e cinco estações entre Ipanema e Barra da Tijuca foi uma das maiores polêmicas da preparação olímpica —atrás apenas da baía de Guanabara.

As obras, que começaram em 2010 sem preço definido, foram finalizadas custando quase o dobro do estimado e sob investigação na Operação Lava Jato por suspeita de propina paga ao ex-governador Sérgio Cabral (PMDB).

A indefinição sobre sua conclusão fez a Prefeitura do Rio criar um plano B, para o caso de a obra não ser concluída. A entrega foi alvo de cobranças constantes do COI (Comitê Olímpico Internacional), por ser essencial no trânsito de torcedores da zona sul, área de concentração de hotéis, para a Barra.

TESTES

A linha será testada pelos torcedores da Olimpíada. O sistema não passou por simulações com passageiros em nenhuma fase da obra.

Para o TCE (Tribunal de Contas do Estado), a medida é um risco operacional.

"Todos os testes são suficientes. São homologados internacionalmente", disse o secretário estadual de Transportes, Rodrigo Vieira.

Os primeiros passageiros entrarão nos vagões no dia 1º de agosto. A linha ficará restrita aos credenciados nos Jogos até o dia 5, quando poderá ser usada por torcedores que comprarem o cartão Riocard especial para a Olimpíada, restrito a quem tem ingresso, operando das 6h à 1h.

Após a Paraolimpíada, em 19 de setembro, ela funcionará em horário reduzido para testes —das 11h às 15h. O período será ampliado até o fim do ano, quando estará totalmente operacional.

A cerimônia de inauguração terá a presença do presidente interino Michel Temer, além do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), o governador interino Francisco Dornelles (PP), e o afastado para tratamento de câncer, Luiz Fernando Pezão (PMDB).

Cabral foi convidado. Recluso desde o início das suspeitas de corrupção, ainda não confirmou presença.

Documentos da Lava Jato indicam que o ex-governador recebeu R$ 2,5 milhões em propinas da Odebrecht relacionadas à obra. Ele nega.

CUSTO

A obra custou R$ 10,4 bilhões, incluindo a integração com a linha 1, já existente. O valor representa mais de um quarto dos R$ 39,1 bilhão gastos na organização e infraestrutura para os Jogos.

A linha 4 não estava prevista no Dossiê de Candidatura. A expansão do metrô iria apenas até a Gávea, a partir de onde um corredor de ônibus levaria o público até o Parque Olímpico da Barra.

Após o Rio conquistar a Olimpíada, decidiu-se ampliar o metrô até o início da Barra (Jardim Oceânico). Para isso, um contrato de 1998 que previa a construção de um outro traçado até o bairro foi reativado.

Já a ampliação da estação General Osório, para integração da linha 1, reutilizou um acordo firmado em 1987.

Enquanto o estudo para definir os custos do projeto eram finalizados, a obra começou. A estimativa de R$ 5,4 bilhões quase dobrou.

Apesar do alto valor, o preço está dentro da média internacional de construção de linhas metroviárias, de acordo com estudo do BNDES. O banco avaliou o custo da construção para a conceder o financiamento para a obra.

LINHA 4 DO METRÔ CARIOCA
Operação começa na próxima segunda (1º)

6 estações
Nossa Senhora da Paz (em Ipanema), Jardim de Alah e Antero de Quental (ambas no Leblon), Gávea, São Conrado e Jardim Oceânico (Barra da Tijuca).

PERCURSO
Da General Osório (Ipanema) à estação Jardim Oceânico (Barra) são 16 quilômetros
Tempo estimado de viagem: 13 minutos

CUSTO DA OBRA
R$ 10,4 bilhão

OPERAÇÃO
> Entra em funcionamento neste domingo (31) apenas para credenciados da Rio 2016
> Entre 6 de agosto e 18 de setembro, o acesso também é liberado aos portadores do cartão Rio Card Jogos Rio 2016 (vendido apenas para torcedores com ingressos)

MOVIMENTO DIÁRIO
Quando estiver em operação normal, são esperados 300 mil passageiros por dia.