22/04/2020 13:02 - Diário do Transporte
“Uma das medidas mais importantes adotadas pelos governos da maioria dos estados e cidades brasileiras para conter a propagação do novo coronavírus é o isolamento social horizontal voluntário ou mandatório de pessoas. No entanto, as medidas de limitação da circulação de pessoas para conter a propagação do COVID-19 não podem ser confundidas com a paralisação do transporte público. Para que muitos possam cumprir as medidas de isolamento social e ficarem em casa, muitos outros precisam continuar trabalhando e necessitam do transporte coletivo para chegar aos seus destinos“.
“Dessa forma, a manutenção dos serviços de transporte enfrenta desafios não apenas agora, mas também após a flexibilização do isolamento horizontal. Em vista disso, o Centro de Estudos em Regulação e Infraestrutura da Fundação Getulio Vargas (FGV CERI) elaborou o documento “Transporte público e COVID-19. O que pode ser feito?”, com objetivo de traçar algumas ações a serem empreendidas por cada um dos atores do transporte público – usuários, operadores e poder público – durante a crise do novo coronavirus”, explica Gregório Costa Luz de Souza Lima, um dos membros da equipe técnica que elaborou o trabalho.
Redigido por ele e mais Rafael Schechtman, Luciana Costa Brizon e Miguel Zobaran Figueiredo, o documento ressalta que o transporte coletivo é responsável por 50% das viagens motorizadas no país e fornece um serviço essencial para manter as cidades em movimento.
“Em São Paulo, por exemplo, estima-se que mais da metade das viagens por motivo de saúde ocorrem por transporte público”, afirma o documento.
O documento da FGV cita que as empresas de transporte coletivo por ônibus estão operando com uma redução média de mais de 75% dos passageiros desde o início das medidas de isolamento social.
Além de discorrer sobre o que será possível fazer, o estudo da FGV CERI elenca as práticas na prevenção e combate ao COVID-19 introduzidas em outros países pelos operadores e poder público. Muitas das orientações fornecidas na seção de recomendações se baseiam nas experiências colhidas pela equipe de pesquisadores.
“Juntamente com as ações de não recebimento de dinheiro pelos motoristas, em Berlim e Barcelona o embarque de passageiros passou a ser feito apenas pelas portas traseiras. Na Suíça foram implementadas ‘barreiras’ temporárias com fitas adesivas para evitar o contato próximo entre passageiros e funcionários”, descreve um trecho do documento.
“Para evitar comprometer a operação, a Washington Metropolitan Area Transit Authority, nos Estados Unidos, estabeleceu um centro de controle paralelo, com equipe completa, a 16 km do centro existente nos subúrbios de Maryland. As duas instalações têm trabalhado em turnos alternados. Assim, se um dos centros for contaminado, o outro pode assumir sem prejudicar as operações”, cita o texto.
Para ler o documento na íntegra, clique no link para efetuar o download: covid_e_mobilidade_urbana_fgv_ceri
Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes