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Rio - Uma luz no fim do túnel para melhorar a mobilidade na
Região Metropolitana e driblar a falta de recursos com a queda na arrecadação
estadual e os cortes no orçamento federal. O governo do Rio quer que as
concessionárias de linhas de ônibus intermunicipais arquem com pelo menos parte
dos custos da construção dos corredores BRT prometidos para a Baixada
Fluminense e a área de São Gonçalo, Itaboraí e Niterói,em um modelo de
parcerias público-privadas (PPPs).
O secretário estadual de Transportes, Carlos Roberto Osório,
explica que a ideia é de que, além da operação, como já acontece nos BRTs do
município do Rio, os consórcios que vencerem as licitações injetem o máximo
possível de dinheiro nas obras.
Osório disse que pretende licitar, até o fim deste ano, a
concessão para as empresas que irão operar as linhas intermunicipais de ônibus
na Região Metropolitana e, consequentemente, os futuros BRTs na área. Segundo
ele, ainda está em estudo qual participação as concessionárias poderiam ter nas
obras.
"Estamos verificando a modelagem que melhor se aplicará à
viabilidade econômica. Queremos ver se é possível exigir a participação dos
consórcios na totalidade das obras ou em pelo menos parte delas”, acrescentou o
secretário.
Para o secretário, se as empresas pudessem arcar com todos
os custos seria o modelo ideal no momento em que os cofres do estado sofrem
impactos com a queda do preço internacional do petróleo e a desaceleração da
indústria petrolífera, que reduziram as receitas do estado.
"Temos o objetivo de construir, pelo menos, mais três BRTs
ligando a Baixada ao corredor Transbrasil, para melhorar os deslocamentos para
o Centro do Rio, e BRTs para ligar os municípios de Niterói, São Gonçalo,
Itaboraí e Maricá, no Leste Fluminense. Estudos de viabilidade que realizamos
mostram a demanda desses corredores”, explicou Osório.
O secretário afirma que o estado ainda não tem previsão de
quais corredores serão construídos primeiro nem quando as obras serão
iniciadas.
Estudo da Federação das Empresas de Transporte de
Passageiros do Estado do Rio (Fetranspor) recomendou a construção de oito
corredores BRT na Região Metropolitana (veja o mapa ao lado), que custariam R$
2,75 bilhões.
Extensão da Linha 4
pode ter parceria
O governador Luiz Fernando Pezão negocia uma parceria com a
Prefeitura do Rio para levar o metrô do Jardim Oceânico até o Recreio e
Jacarepaguá após a conclusão da Linha 4, que está sendo construída de Ipanema à
Barra da Tijuca. Porém, segundo o secretário de Transportes, Carlos Osório,
nenhum dos projetos em estudo tem cronograma definido.
De acordo com Osório, a ideia do governo é estabelecer uma
operação urbana consorciada, mesmo mecanismo que viabiliza o projeto do Porto
Maravilha. "Estamos trabalhando fortemente para levar o mais breve possível ao
governador todas as propostas de parceria.” Quando apresentou o primeiro trem
da Linha 4, que chegou da China no início do mês, Pezão prometeu entregar a
obra antes dos Jogos Olímpicos de 2016. Apenas a estação Gávea foi adiada para
dezembro do mesmo ano.
Linha 3 é revista e
extensão da 2 atrai interesse privado
As secretarias de Transportes e Desenvolvimento Econômico
atuam para atrair investidores privados a dois projetos de metrô prometidos
pelo governador Luiz Fernando Pezão na campanha eleitoral:
Estácio-Carioca-Praça 15 (extensão da Linha 2) e a Linha 3, de Niterói a
Itaboraí. Como o Informe do DIA antecipou quinta-feira, o governo, porém, já
estuda substituir o segundo por um corredor BRT, que tem custo inferior.
Após uma reunião, antes do Carnaval, com o então secretário
de Desenvolvimento Econômico, Julio Bueno, Osório afirmou que a ligação
Estácio-Praça 15 é a única que já atraiu empresas interessadas. "Este é o
trecho mais curto, com maior potencial para agregar passageiros e que apresenta
o melhor custo-benefício para participação da iniciativa privada.
Informalmente, o mercado se posicionou favoravelmente. Mas esperamos atrair
parceiros também para a Linha 3”, sinalizou.
O projeto da Linha 3 estava orçado em R$ 3,5 bilhões e o
governo federal já havia prometido, em 2013, financiar R$ 2,57 por meio do PAC.
"O trecho inicial tem um compromisso de aporte financeiro do governo federal,
mas, à luz das circunstâncias que vive o Brasil, também estamos avaliando a possibilidade
de estabelecer PPPs na Linha 3”, disse Osório.
Perguntado se a oferta de recursos para a Linha 3 estaria mantida, o Ministério das Cidades não respondeu até o fechamento desta edição.