21/05/2014 08:00 - Folha de SP / O Estado de SP / Valor
Uma greve de motoristas e cobradores de ônibus parou a
cidade de São Paulo nesta terça (21). O ato ocorre a 23 dias da Copa do Mundo e
uma semana depois de paralisação semelhante travar o Rio.
Funcionários descontentes com um acordo aprovado na véspera
pelo sindicato que os representa fecharam 16 terminais, atravessaram ônibus no
meio das ruas e impediram colegas de trabalhar.
O protesto transformou o deslocamento de casa para o
trabalho numa tarefa quase impossível, mesmo para quem não precisou do ônibus
--a cidade registrou no fim da tarde 261 quilômetros de congestionamento, o
maior do ano, e rodízio foi suspenso.
O prefeito Fernando Haddad (PT) falou em
"sabotagem" e "guerrilha".
A paralisação surpresa foi promovida por trabalhadores que
não concordaram com o reajuste salarial de 10%.
Integrantes do grupo dissidente, sem um líder claro, diziam
querer até 33%.
O secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, disse
que 230 mil usuários foram afetados, embora todas as regiões da cidade tenham
sido atingidas pela paralisação.
Passageiros foram obrigados a recorrer ao metrô, que ficou
ainda mais sobrecarregado. Outros usuários relataram ter caminhado por horas
para chegar ao trabalho e, depois, para retornar para casa.
"Perdi o dia e eu tenho nove filhos para sustentar.
Brasileiro sofre", disse a faxineira Claudia Andrea, 33, que afirmou ter
caminhado uma hora e meia e sido dispensada pelo patrão ao chegar.
Empresas e órgãos públicos dispensaram funcionários mais
cedo e universidades como a PUC e o Mackenzie cancelaram aulas.
O dia caótico teve também manifestações de sem-teto e de
professores da rede municipal, que estão em greve há quase um mês.
No início da noite, cinco ônibus foram incendiados no Grajaú, na zona sul. A Polícia Militar não soube informar o motivo dos ataques.
Método usado é de
'guerrilha', diz Haddad
Para impedir circulação, grevistas furam pneus e tiram chaves de
ônibus; motoristas mandam passageiros descerem
Para impedir a circulação de ônibus que não aderiram à
paralisação desta terça-feira (20) em São Paulo, manifestantes obrigaram
motoristas, cobradores e passageiros a descer dos veículos.
Ônibus foram estacionados na transversal, impedido a entrada
e a saída de terminais e bloqueando a circulação em corredores. Veículos parados
em fila também tiveram pneus esvaziados e as chaves tiradas do contato.
O prefeito Fernando Haddad (PT) disse que o protesto pegou a
administração de surpresa. "É uma guerrilha inadmissível. Como você entra
no ônibus e manda o passageiro descer? Entra no ônibus e joga a chave
fora?", disse em entrevista à TV Band.
A paralisação ocorreu em meio a uma disputa de poder no
sindicato da categoria, que reúne 37 mil trabalhadores e tem orçamento anual de
cerca de R$ 16 milhões.
No início da noite, a ação de um grupo dissidente havia dado
um nó no trânsito e paralisado 16 dos 28 terminais da capital. Não há
estimativa de quantos motoristas aderiram ao protesto.
Representantes da atual diretoria dizem que o movimento foi
orquestrado pela chapa que perdeu a última eleição.
"Com certeza foi alguém infiltrado que não aceitou a
perda no ano passado", disse Francisco Xavier da Silva Filho, diretor do
sindicato.
Isao Hosogi, que deixou a entidade após nove anos como
presidente e hoje está na oposição, porém, nega.
"A nova diretoria se elegeu prometendo mundos e fundos,
mas não conseguiu nada. Aí os trabalhadores ficaram revoltados", afirma.
A disputa no sindicato tem um histórico de 16 mortes em duas
décadas. A última eleição foi marcada por acusações de corrupção e por um
tiroteio no dia da votação. Após o episódio, houve intervenção do Ministério
Público do Trabalho e o pleito ocorreu sob proteção policial.
José Valdevan, o Noventa, que venceu a disputa, fechou
terminais na campanha.
Motoristas e cobradores ouvidos pela Folha disseram que o
protesto não tinha um líder claro e foi motivado pelo fato de o sindicato não
ter consultado toda a categoria antes de fechar o dissídio coletivo --apesar da
assembleia.
"Adiantaram a assembleia e pegaram a gente de surpresa.
Foi tipo um rodo', prometeram mundos e fundos e fecharam com o patrão",
disse o motorista Sidney Santos.
A proposta aceita prevê reajuste salarial de 10% e aumento
no vale refeição e na participação nos lucros.
No início da negociação, as empresas ofereciam 5%, e o sindicato pedia 13%.
Dissidentes prometem
manter greve
O sindicato dos motoristas disse que faria uma força-tarefa
em todas as garagens da cidade para evitar que a paralisação continuasse nesta
quarta (21), mas os dissidentes prometem manter a greve.
A CET diz que o rodízio pode ser suspenso novamente caso a
paralisação seja mantida, mas a decisão seria tomada na madrugada.
No fim da noite desta terça, ao menos 12 terminais de ônibus
já haviam sido liberados e as empresas começavam a recolher parte dos coletivos
que estavam parados nas ruas e terminais.
No largo do Paissandu (centro), onde os primeiros ônibus
pararam ontem, motoristas dissidentes prometiam dormir na rua e só encerrar a
greve se o sindicato reabrisse as negociações com as empresas.
Em nota, a SPTrans disse ter acionado o Ministério Público para apurar as responsabilidades da greve e que agiria "com o rigor" na punição dos envolvidos.
'Atingem o povo, não
os grandes', afirma passageiro
Passageiros que ficaram a pé peregrinaram por pontos em
busca de ônibus e optaram pelos trens e pelo metrô lotados para tentar chegar
em casa ou ao trabalho.
No terminal Bandeira, pessoas diziam que teriam de dormir no
local caso os ônibus não voltassem a circular. "Moro no Jardim Ângela.
Como farei, vou a pé?", disse a diarista Antonia Rosa Nascimento, 54, que
já esperava havia três horas.
O estudante João Pedro Mendes, 16, perdeu o dentista que
estava marcado para a manhã, na Vila Medeiros, na zona norte.
"Estou aqui desde as 9h e nada de ônibus", disse
ele, com a boca inchada.
O usuário Adriano da Silva Barbosa, 37, também reclamou.
"Todo mundo tem o direito de reivindicar, mas poderia pressionar de outro
jeito, porque os protestos atingem o povo e não os grandes, que são quem eles
deveriam atingir", disse
No centro, a Folha flagrou grevistas forçando a parada de ao menos cinco ônibus que não participavam do ato. Aos gritos, eles ordenavam aos motoristas que parassem próximo ao largo do Paissandu.
Anônimos, dissidentes que paralisaram ônibus em SP querem reajuste maior
Os motoristas e cobradores que paralisaram centenas de
linhas de ônibus e fecharam 15 terminais em São Paulo nesta terça-feira (20)
pertencem a uma dissidência da atual direção do Sindimotoristas --que
representa a categoria na capital paulista-- que, até agora, preferiu manter-se
no anonimato.
O pouco que se sabe do grupo dissidente é que eles exigem um reajuste maior do que os 10% propostos pelas empresas de ônibus e aprovados na última segunda-feira (19) em assembleia da categoria que reuniu milhares de trabalhadores.
Segundo José Valdevan, o Noventa, presidente do
Sindimotoristas, a categoria abriu negociação com as empresas exigindo 13% de
reajuste. Inicialmente, o SP Urbanuus, sindicato patronal das empresas de
ônibus, ofereceu 5,2% de reajuste, equivalente à inflação do último ano. Diante da recusa dos trabalhadores, o
sindicato patronal subiu a proposta de reajuste para os 10%.
Também foi oferecido aumento de R$ 1,20 no vale-refeição diário, de passou de R$ 15,30 para R$ 16,50, além de uma parcela fixa anual de R$ 850, referente à participação nos lucros e resultados (PLR). O acordo também prevê o reconhecimento de insalubridade, que permitirá aos motoristas e cobradores se aposentar com 25 anos de trabalho (atualmente o tempo de serviço é de 35 anos para homens e 25 para mulheres).
Ainda foi acordado que as mulheres terão direito a
licença-maternidade de 180 dias e que haverá melhoria na qualidade dos produtos
da cesta básica.
O motorista Denilson Roberto, que participou das
paralisações, disse que os dissidentes querem reajuste de 20%. "O aumento
foi muito pouco. VR [vale-refeição] muito pouco. Prometeram 20% [de reajuste],
mas só deram 10%. Se a gente não fizer essa manifestação, a gente não vai para
lugar nenhum", disse.
Outros dissidentes disseram ao longo do dia, em entrevistas
à imprensa, que querem reajuste de no mínimo 15%. "Eles não falam coisa
com coisa. Tem um monte de conversa aí, mas até agora ninguém apareceu para
dizer o que quer. Só mandaram recado", afirmou Noventa.
O sindicalista afirmou ainda não saber quem é o "grande
mentor" da paralisação, mas disse acreditar que os líderes da dissidência
trabalham nas viações Sambaíba, Gato Preto e Santa Brígida.
Valdevan disse que há entre os dissidentes motoristas e
cobradores que participaram da gestão anterior, à qual a atual direção fez
oposição, e alguns do grupo que atualmente comanda o sindicato. "Alguém
está por trás para desgastar a gente."
Segundo o presidente do sindicato, o grupo dissidente
promete manter a paralisação amanhã.
Valdevan afirmou que não acredita na participação de Isao
Hosogi, o Jorginho, ex-presidente do sindicato e um de seus adversários. Em julho
passado, a chapa de Valdevan derrotou a de Jorginho. Na véspera das eleições, o
grupo comandando por Valdevan bloqueou 17 terminais de ônibus. No dia da
apuração dos votos, houve troca de tiros no sindicato, com ao menos oito
baleados.
De acordo com o Ministério Público, a disputa pelo comando do sindicato dos motoristas e cobradores de ônibus na capital paulista já matou 16 pessoas nos últimos 20 anos.
O Estado de SP
Greve fecha 16 terminais e Haddad fala em
sabotagem
SÃO PAULO - Sem avisar as autoridades e a população de São
Paulo, motoristas e cobradores de ônibus estacionaram os veículos nas
principais vias da cidade, mandaram os passageiros descer no meio do trajeto e
deflagraram nesta terça-feira, 20, uma paralisação surpresa. Os grevistas
fecharam 16 dos 28 terminais urbanos municipais da capital e ao menos 205
linhas foram afetadas pelo movimento. O
prefeito Fernando Haddad (PT) informou não saber a motivação do protesto e
prometeu acionar a Polícia Federal para investigar a ação.
De acordo com a SPTrans, quatro terminais de ônibus foram
liberados para operação na noite desta terça: o Terminal Varginha, Princesa
Isabel, Vila Nova Cachoeirinha e Parque D. Pedro II. Até as 21h, permaneciam
bloqueados por coletivos enfileirados os terminais Mercado, Bandeira, Pirituba,
Lapa, Pinheiros, Butantã e Barra Funda. Ônibus foram recolhidos para as
garagens nos terminais Santana, Casa Verde, Sacomã, Grajaú e Amaral Gurgel.
A paralisação atingiu linhas que operam em todas as regiões
e cresceu ao longo do dia. À noite, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET)
suspendeu o rodízio e a lentidão chegou a 261 km de vias paradas, recorde do
ano. Universidades cancelaram as aulas e órgãos públicos, como o Tribunal de
Justiça e o Ministério Público Estadual (MPE), liberaram os servidores mais
cedo, às 17h.
O protesto começou por volta das 9h30, quando funcionários
da empresa Santa Brígida furaram pneus de oito ônibus no Largo do Paiçandu, no
centro. De acordo com motoristas e cobradores, a ação foi motivada pela
insatisfação com o acordo de reajuste salarial, que foi aprovado, segundo o
Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores do Transporte Rodoviário Urbano de São
Paulo (Sindmotoristas), na segunda. A entidade acusou 200 dissidentes de
orquestrar a ação.
O secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, pediu
instauração de inquérito no MPE e na Polícia Civil e acusou a Polícia Militar
de "passividade" diante dos ônibus abandonados. A Secretaria de
Estado da Segurança Pública (SSP) publicou nota na qual classificou a
declaração de "escárnio".
Às 9h50, segundo a São Paulo Transporte (SPTrans), os
primeiros terminais foram fechados: Pirituba, na zona norte, Princesa Isabel,
no centro, e Pinheiros, na zona oeste. A partir das 11 horas, a manifestação se
espalhou.
Na Avenida Pacaembu, na zona oeste, às 13h, veículos foram
estacionados, e os passageiros obrigados a seguir viagem a pé. Na Avenida
Eusébio Matoso, também na zona oeste, dezenas de coletivos pararam às 13h30 no
corredor. "De repente, chegou na Ponte Eusébio Matoso e eles pediram para todo
mundo descer", contou a universitária Gisele Freitas, de 20 anos.
"Estudo no Mackenzie, no centro, e estou atrasada."
A paralisação afetou até mesmo quem pretendia protestar. A servidora aposentada Maria da Graça Xavier, de 70 anos, moradora do Campo Limpo, na zona sul, participaria da manifestação dos professores na Avenida Paulista. Por volta das 14h, teve de descer do ônibus na Eusébio Matoso. "Achei absurdo, porque pararam o ônibus e pediram para todos saírem, mas tinha passageiro deficiente."
Haddad quer acionar a
Polícia Federal
Prefeito vai ao MP e diz que organizadores de ato usaram tática de
guerrilha, enquanto secretário de Transportes fala em ‘vandalismo’
SÃO PAULO - O prefeito Fernando Haddad (PT) e a cúpula de
Transportes afirmaram nesta terça-feira, 20, que pretendem acionar as Polícias
Civil e Federal para tentar identificar os responsáveis pela paralisação de
ônibus. Até a participação de empresas será investigada.
"Ontem à noite, eu já havia sido informado pelo
secretário (dos Transportes) Jilmar Tatto que o sindicato havia aceito a
proposta de negociação. Mas um grupo de poucos, cuja causa não se sabe, agiu de
maneira inadmissível", afirmou o prefeito. Ele chegou a dizer que os
organizadores do ato usaram "tática de guerrilha".
Secretário de Transportes entre 2003 e 2004, durante a
gestão Marta Suplicy (PT), e com bom trânsito tanto entre donos de viações de
ônibus como entre sócios de cooperativas de perueiros, Tatto admitiu não ter
conseguido identificar os responsáveis pela paralisação.
"Conversei com o Ministério Público e um inquérito será
aberto para tentar identificar quem fez isso. Em muitos casos, tiraram as
pessoas de dentro dos ônibus e jogaram fora as chaves. Esse tipo de ação tem
envolvimento apenas de parte do sindicato", afirmou.
Tatto disse ainda que vai acionar a Polícia Federal e a
Polícia Civil para tentar responsabilizar do ponto de vista penal os
organizadores da ação. Segundo a Prefeitura, a PF pode ser solicitada neste
caso porque a paralisação envolveu serviço público essencial e os atos podem
configurar crime contra a organização do trabalho, porque foram feitos à
revelia do próprio sindicato e de parte dos trabalhadores. "Não podemos
ser surpreendidos de novo."
Sabotagem. O
petista também chamou o ato dos condutores e cobradores de
"sabotagem" e "vandalismo" e cobrou ação da Polícia Militar
para coibir o abandono dos coletivos na rua. Para Tatto, houve
"passividade" da corporação. "Um pequeno grupo vai lá e usa o
ônibus e o atravessa na avenida. Se a Polícia Militar agisse de pronto, talvez
não encorajasse outros grupos a fazerem isso", disse. E cobrou o
cumprimento de uma liminar que vetava a paralisação de motoristas.
Em resposta, a assessoria da Secretaria da Segurança informou que a liminar foi suspensa pelo Tribunal de Justiça na sexta-feira. "Além disso, as declarações sobre a ação da polícia estadual em uma greve municipal são um escárnio. Não existe autoridade com maior proximidade com a complexa interação entre os transportes coletivos convencional e alternativo do que o secretário Jilmar Tato. Ele deveria saber que não interessa à opinião pública jogar sobre os cidadãos ou outras esferas de governo uma responsabilidade que lhe é exclusiva."
Valor Econômico
Greve e protestos complicam rotina de SP
A capital
paulista enfrentou ontem três manifestações: motoristas, professores e sem-teto
A capital paulista enfrentou ontem três manifestações que
alteraram a rotina de milhares de pessoas. De uma só vez, um grupo dissidente
de motoristas e cobradores de ônibus - descontentes com o acordo salarial
assinado um dia antes entre sindicato e empresas - fecharam 16 de 28 terminais
urbanos, mais de 5 mil professores fizeram passeata e bloquearam parte da
Avenida Paulista e da Rua da Consolação e outros 1,5 mil sem-teto marcharam por
duas faixas da Marginal Pinheiros até a sede da construtora Viver, que teve seu
saguão ocupado pelos manifestantes.
O protesto dos motoristas e cobradores prejudicou mais de
230 mil paulistanos, segundo a Prefeitura de São Paulo. No começo da tarde, o
prefeito Fernando Haddad (PT) declarou que a administração havia sido pega de
surpresa pela paralisação. Mas no início da noite, em entrevista coletiva a
jornalistas, ele mudou o discurso e qualificou o protesto de ação de guerrilha.
A prefeitura informou que até às 20h30, cinco ônibus foram incendiados. "É
uma guerrilha inadmissível. Como você entra no ônibus e manda o passageiro
descer? Entra no ônibus e joga a chave fora. Como um sindicato fecha o acordo e
uma minoria age na cidade desta maneira?", questionou Haddad.
A prefeitura suspendeu o rodízio que restringe a circulação
de carros. A Companhia de Engenharia de Tráfego registrou, às 19h,
congestionamento recorde no ano de 260 km. Foi preciso lançar mão de um plano
emergencial de monitoramento e controle do trânsito. Estações de trem e metrô
registraram longas filas.
Conforme o Sindmotoristas, o protesto foi organizado por um
grupo dissidente que não concorda com o acordo salarial fechado com as empresas
de ônibus na segunda-feira em assembleia de trabalhadores. A proposta acordada
contempla reajuste de 10% de salários, aumento de R$ 2,00 no vale-refeição e
maior participação nos lucros. O piso salarial de motoristas é de R$ 1.955, e o
de cobradores, R$ 1.130. Os grevistas disseram que manterão a paralisação hoje
se o sindicato não volte a negociar reajuste salarial com as empresas.
Já a manifestação dos professores, que estão em greve desde
26 de abril, concentrou 15 mil pessoas no início da tarde na Avenida Paulista,
segundo o Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal
(Sinpeem-SP). Os protestantes marcharam até a Prefeitura, no centro de São
Paulo, onde fizeram um ato político que definiu a continuidade da greve e foi
marcado pela colocação de dois caixões simbólicos em frente à sede do governo
municipal, um para o prefeito Haddad, outro para seu secretário de Educação,
César Callegari. A principal reivindicação dos docentes grevistas, que já tiveram
reajuste salarial, é de que o abono complementar de 15,38% seja incorporado
ainda este ano. O Sinpeem promete organizar nova manifestação nesta
sexta-feira.
Os sem-teto que protestaram ontem fazem parte de uma
ocupação de um terreno na zona leste da construtora Viver, que já solicitou à
Justiça a reintegração de posse. Eles querem que a área seja qualificada como
zona de interesse social. Após a manifestação, líderes do movimento foram
recebidos na prefeitura e concordaram em participar, na sexta-feira, de
audiência de conciliação com a empresa.