26/03/2021 09:55 - Valor Econômico
Por Ana Paula Machado — De São Paulo
O movimento de paralisação das linhas de montagem de veículos no país por conta da piora da pandemia de covid-19 ganhou mais dois nomes ontem. A Volkswagen Caminhões e Ônibus e a Renault do Brasil anunciaram a paralisação das fábricas. Já são sete companhias que comunicaram paradas nas operações por, pelo menos, 10 dias.
A Volks Caminhões informou que vai parar a produção na unidade de Resende, no Estado do Rio de Janeiro, com o agravamento da pandemia e desabastecimento de peças. Segundo a montadora, a paralisação da operação se dará de 29 de março a 4 de abril.
“A Volkswagen Caminhões e Ônibus, tendo em vista as medidas de contenção da pandemia da covid-19 tomadas pelas autoridades municipais e estaduais do Rio de Janeiro e de São Paulo, e também em virtude da situação crítica de desabastecimento de peças, interromperá a produção em sua fábrica de Resende (RJ) de 29 de março a 4 de abril”, informou em nota.
A companhia opera atualmente em dois turnos de produção. A montadora informou que vai manter os serviços de atendimento à sua rede de concessionários e de suporte aos clientes.
“Desde a retomada de suas atividades após a primeira onda da pandemia em 2020, a empresa adotou protocolos que obedecem a todas as normas sanitárias para proteger os empregados.” O expediente em escritórios, de acordo com a empresa, será “reduzido ao mínimo possível”.
A Renault também anunciou que vai interromper a produção no Complexo Ayrton Senna, em São José dos Pinhais (PR), entre 29 de março a 1º de abril. Segundo a montadora, a decisão tem como objetivo “contribuir para o isolamento social neste momento em que diferentes cidades adotaram medidas mais restritivas, e em alinhamento com o Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba”.
A montadora francesa informou que considerando o feriado do dia 2 de abril, a produção será retomada no dia 5 de abril. “Os dias não trabalhados serão compensados oportunamente.” Nas fábricas serão mantidas apenas atividades essenciais.
Segundo a Renault, os funcionários das áreas administrativas seguem em teletrabalho. “Desde o início da pandemia nossa prioridade tem sido a saúde dos nossos colaboradores. Implementamos um completo protocolo de saúde e segurança, que segue vigente desde maio de 2020. Ao longo de todo este período operando com a adoção do protocolo, nossa experiência demonstrou que todas as fábricas do Complexo industrial Ayrton Senna são um ambiente seguro.”
A Volkswagen Brasil foi a primeiro montadora que decidiu suspender as operações das quatro fábricas no pais, sendo três no Estado de São Paulo por 12 dias corridos. A parada começou na quarta-feira e vai se estender até o dia 4 de abril.
Na segunda-feira, as montadoras suecas Volvo e Scania anunciaram medidas de redução da operação em função do agravamento da pandemia. A Volvo diminuiu em 70% a produção de caminhões na unidade de Curitiba a partir do dia 23 e deve permanecer até o fim do mês. Já a Scania vai parar a produção de hoje até o dia 5 de abril.
Na quarta-feira foi a vez da Nissan informar que vai interromper a produção em Resende por duas semanas devido ao agravamento da pandemia de Covid-19. Os 850 funcionários da unidade entrarão em férias coletivas de hoje até e a retomada prevista para o dia 6 de abril.
Em nota, a montadora disse que busca a segurança de seus funcionários como parte do esforço de reduzir o impacto da pandemia, além de se adaptar ao cenário atual do setor automotivo para garantir a continuidade do negócio. A segunda frase é uma referência à falta de componentes nas linhas de montagem, problema comum às outras quatro fabricantes que anunciaram paradas na produção.
A Mercedes-Benz do Brasil também vai parar a produção nas duas fábricas da companhia em São Bernardo do Campo, em São Paulo, e em Juiz de Fora, Minas Gerais, de hoje até 5 de abril.