Nº de paulistanos que usam carro diariamente cai de 56% para 45%

23/09/2015 07:05 - O Estado de SP

Leia: 90% aprovam faixas de ônibus em São Paulo e 83% deixariam carro em casa se transporte público fosse melhor - Blog Ponto de ônibus

SÃO PAULO - A 9ª Pesquisa sobre Mobilidade Urbana feita pelo Ibope para o Dia Mundial Sem Carro, nesta terça-feira, 22, indica que caiu 11 pontos porcentuais o número de motoristas que usam o automóvel todos os dias ou quase todos os dias na capital paulista. Em 2014, 56% dos paulistanos diziam usar o carro diariamente, ante 45% neste ano.

A pesquisa foi encomendada pela Rede Nossa São Paulo em parceria com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). Foram entrevistados 700 moradores da capital, acima de 16 anos, entre os dias 28 de agosto e 5 de setembro. Os números foram apresentados na manhã desta terça-feira, 22, no Sesc Consolação.

Os moradores de São Paulo gastam, em média, oito minutos a menos nos deslocamentos em comparação com o ano anterior, indicou o estudo. Somente entre os que usam o carro todos os dias, o tempo médio de locomoção diária é de 2h48 - uma queda de cinco minutos em relação aos números de 2014.

Por outro lado, os usuários do transporte público passaram a gastar dez minutos a mais nos deslocamentos. Quase a metade dos paulistanos (48%) gasta pelo menos duas horas por dia, considerando o total.

Segundo Maurício Broinizi, coordenador da Secretaria Executiva da Rede Nossa São Paulo, a tendência é de que mais paulistanos deixem o automóvel em casa porque o tempo de deslocamento entre quem se locomove de carro e de transporte público é quase igual. "O que está dando para perceber é que, talvez, o tempo de deslocamento dos ônibus tenha realmente melhorado em relação à locomoção de carro. O tempo que se gasta no trânsito está quase empatando."

Bicicleta. O levantamento apontou que, em 2007, 34% afirmavam que não usariam bicicleta na capital "de jeito nenhum". O número de pessoas que recusava a locomoção por bicicleta vem caindo ao longo dos anos: em 2014, eram 24% e, em 2015, 13%. Entre os que não usam bicicleta, 44% declararam que usariam caso houvesse mais segurança, outros 18% se tivesse mais sinalização nas ruas e 13%, mais ciclovias (em 2014, o número era 26%).

Caso houvesse uma boa alternativa de transporte, 80% afirmaram que deixariam de usar o carro, contra 71% no ano passado.

Lotação. Em relação ao ano passado, cresceu a percepção de que a lotação é maior. A pesquisa mostrou que 59% disseram que a lotação aumentou no último ano, 30% afirmaram que está igual e 8% acreditam que diminuiu. Em 2014, 39% disseram que a lotação havia crescido, 54% declararam que estava igual e 7%, que reduziu.

Transporte público.A avaliação do transporte público é mais negativa entre os que declararam utilizar carro "todos os dias" ou "quase todos os dias" (4,1) em relação aos usuários do próprio serviço, que deram nota de 5,1.

A diferença também é grande no item "tempo gasto para se deslocar": a nota média entre os que usam carro todos os dias ou quase é 3,3, e de 5,2 entre os que não usam.

Ônibus. As notas em relação ao serviço dos coletivos de São Paulo continuam abaixo da média (5,5).

Mas, de acordo com a pesquisa, "houve significativa melhora" no porcentual de notas 9 e 10 nos itens como limpeza, conservação e manutenção dos terminais (passou de 5% para 13%), cordialidade e respeito por parte de motoristas e cobradores (de 5% para 10%), limpeza, conservação e manutenção dos ônibus (de 4% para 10%), tempo de duração da viagem (de 2% para 8%), entre outros.

Entre os entrevistados, 90% são a favor da construção de faixas e corredores de ônibus. "É um dado significativo porque no começo teve muita reclamação e, agora, os usuários de carros estão respondendo favoravelmente", afirmou Broinizi.

Áreas problemáticas.As áreas mais citadas foram saúde (55%), segurança pública (37%), educação (33%), desemprego (33%), trânsito (29%), transporte coletivo (27%), abastecimento de água (21%) e poluição (17%). Os itens 'trânsito' e 'transporte público' vêm caindo ao longo dos anos. Hoje são, respectivamente, a 5ª e 6ª preocupações dos paulistanos.

Em 2014, a preocupação do paulistano com desemprego era de 11%. Uma pergunta inédita na pesquisa apontou que 62% dos entrevistados - ou alguém que mora no mesmo domicílio - já tiveram problemas de saúde em função da poluição de São Paulo.

53% dos paulistanos são contrários à redução da velocidade em SP

Perfil dos contrários à redução da velocidade é de pessoas com maior renda, moradores da zona oeste e que dirigem todos os dias

SÃO PAULO - Dois meses após o início da redução de velocidade nas principais vias de São Paulo, uma pesquisa sobre mobilidade urbana feita pelo Ibope apontou que 53% dos paulistanos são contra a medida e 43%, a favor. O levantamento foi encomendado pela Rede Nossa São Paulo e pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio). O coordenador da Secretaria Executiva da Rede, Maurício Bronizi, disse que o resultado contrariou a expectativa: ele esperava rejeição de 70%.

Foram ouvidos 700 moradores da capital com mais de 16 anos. Bronizi disse que supunha uma rejeição maior porque o tema "teve uma repercussão muito mais negativa do que positiva”. A pesquisa foi feita antes da divulgação de dados da Prefeitura que apontaram queda de 36% no número de acidentes com vítimas nas Marginais do Tietê e do Pinheiros após a redução. O objetivo da administração municipal é adotar o padrão de 50 km/h na cidade.

De acordo com a diretora executiva do Ibope, Márcia Cavallari, o perfil dos contrários à redução da velocidade é de pessoas com maior renda, moradores da zona oeste e que dirigem todos os dias. A favor da medida, estão os moradores do centro e da zona norte.

A Seção São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) entrou na Justiça, em julho, para suspender a mudança de limites. Mas a 11.ª Vara da Fazenda Pública não aceitou a ação, por entender que ela é de competência da Justiça Federal. Maurício Januzzi, presidente da Comissão de Trânsito da entidade, disse que "a pesquisa não parece válida”. "A reclamação com relação à velocidade continua, a quantidade de multas revolta.”

Como mostra a pesquisa, entretanto, os motoristas estão divididos: "Para andar de moto, ficou muito mais seguro agora do que era antes”, afirmou a empresária Lika Camargo, de 37 anos, que passa de moto diariamente pelas Marginais. "Mas, de carro, você não anda. Ficou pior”, disse seu companheiro, o médico Marcelo Viana, de 37, que dirige moto e carro.

A pesquisa mostra ainda que 90% dos paulistanos aprovam a política de faixas exclusivas de ônibus e que 59% querem mais ciclovias - a Prefeitura está instalando 400 quilômetros.

Bicicletas. A pesquisa do Ibope também mediu a interação dos paulistanos com as ciclovias. O levantamento apontou que, em 2007, 34% dos entrevistados afirmavam que não usariam bicicleta como meio de transporte na capital "de jeito nenhum”. O número vem caindo ao longo dos anos: em 2014, eram 24% e, em 2015, 13%.

Entre os que não usam bicicleta para se locomover pela cidade, 44% do total declararam que usariam bike caso houvesse mais segurança, outros 18% se houvesse mais sinalização nas ruas e 13%, mais ciclovias (em 2014, esse número era 26%).