05/08/2021 12:30 - Diário do Transporte
ADAMO BAZANI
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, e o secretário Municipal de Saúde, Edson Aparecido, divulgaram nesta terça-feira, 03 de agosto de 2021, que para barrar a disseminação de novas variantes do novo coronavírus, em especial a Delta (detectada pela primeira vez na Índia), o município realizou entre os dias 27 de maio e 29 de julho de 2021, abordagens em 14.615 ônibus rodoviários que chegaram pelos três principais terminais da cidade: Tietê (zona Norte), Barra Funda (zona Oeste) e Jabaquara (zona Sul).
Veja os detalhes em:
Mas um meio de transporte que cresce cada vez mais no País não tem nenhum tipo de monitoramento das autoridades de saúde do município: os ônibus de aplicativo.
A Secretaria Municipal de Saúde admitiu em nota ao Diário do Transporte nesta quarta-feira (04) que não monitora estes ônibus. (Veja abaixo)
Estes veículos não param nos terminais rodoviários legalizados, mas levam e trazem todos os dias centenas de passageiros de diversas origens e destinos.
Uma das empresas de aplicativo, chamada Buser, possui uma “rodoviária própria” perto do terminal Rodoviário do Tietê, na zona Norte da capital paulista.
Por meio de nota também, a Subprefeitura de Santana, responsável pela região, informou ao Diário do Transporte que a regularização para emissão de alvará do local – para a atividade de estacionamento -, está em andamento.
Entretanto, a subprefeitura não fez nenhuma menção para embarque e desembarque de passageiros, o que é atividade diferente de estacionamento.
Diferentemente do que ocorre com as rodoviárias legalizadas, no local não há a presença de nenhum agente de saúde do município.
Em seu portal, a Buser ainda indica como outros locais de embarque e desembarque na cidade de São Paulo, a região da Chucri Zaidan, na zona Sul; e a Sala VIP da empresa Levare (uma das viações “parceiras” do app), que fica na região da Barra Funda, na zona Oeste.
O Rio de Janeiro é atualmente onde há mais constatações da presença da variante Delta e é um dos locais com maior número de partidas para São Paulo.
No site da Buser, em uma consulta rápida, para esta quinta-feira, 05 de agosto de 2021, havia 23 horários do Rio de Janeiro para o estacionamento do Tietê.
Diversas viagens, inclusive, estavam esgotadas.
Na nota, a Secretaria Municipal de Saúde diz que a pasta sequer tem conhecimento da operação destes ônibus.
A Prefeitura Municipal de São Paulo, por meio da Interlocução Norte da Secretaria Municipal de Saúde, informa que, atualmente, não existe um protocolo de abordagem de ônibus por aplicativo na região norte do município, apenas a centralização das ações de triagem e informação junto aos ônibus, que tem como destino final as plataformas do Terminal Rodoviário Tietê.
A área não tem conhecimento da operacionalidade deste aplicativo dentro do município.
Quanto às licenças e operação destes ônibus, o órgão responsável no Estado de São Paulo é a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (ARTESP). Já a empresa detém a concessão de operação do Terminal Rodoviário Tietê é a SOCICAM. Os estacionamentos dos entornos do terminal são empresas privadas, cujas atividades não são reguladas pela Vigilância em Saúde.
A Subprefeitura Santana informa que a regularização para emissão de alvará do local – para a atividade de estacionamento -, está em andamento.
OUTRO LADO:
Por meio de nota ao Diário do Transporte, a Buser informou que toma todos os cuidados sobre a covid-19 e que orienta as empresas de ônibus a adotarem todos os procedimentos necessários para impedir a disseminação da doença. Na nota, a empresa não comentou o procedimento do alvará ainda em andamento sobre o estacionamento na zona Norte da cidade.
A Buser, que faz a intermediação entre passageiros e empresas de ônibus e conta com 4 milhões de usuários no País, esclarece que orienta seus parceiros a adotarem todas as medidas sanitárias exigidas pelo Poder Público, como a distribuição de máscaras e álcool gel, além de aferição de temperatura. Quando necessário, a plataforma pede ainda que promovam o distanciamento entre os passageiros dentro dos ônibus.
O mesmo cuidado é destinado aos viajantes, que são orientados por meio do aplicativo, mensagens por SMS e e-mails, a seguirem à risca todas as orientações de higiene e segurança sanitária, para que as viagens não representem um risco de transmissão do vírus. A Buser não permite embarque de passageiros com temperatura alta e sem máscara.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes