Para fazer obra, Metrô fará nova ciclovia na marginal Pinheiros

01/11/2013 07:29 - Folha de SP

Leia: Metrô de SP cria alternativa à ciclovia da Marginal - O Estado de SP

Depois da queda de braço entre ciclistas e o governo estadual por conta do fechamento da ciclovia da marginal Pinheiros para as obras do monotrilho da linha 17-ouro, o Metrô anunciou que será feita temporariamente uma outra ciclovia do outro lado do rio para atender os ciclistas durante as obras, que devem durar dois anos.

Segundo o Metrô, a nova ciclovia terá cinco metros de largura e cerca de oito quilômetros de extensão. Ela vai da ponte João Dias até a Cidade Jardim e será instalada no traçado de uma pista já existente.

A via é atualmente usada para serviços do Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia) e será compartilhada com os ciclistas após ser reformada e sinalizada.

Apesar de não dar detalhamentos sobre custos e prazos, o Metrô diz que a mudança foi discutida e aprovada por cicloativistas.

BIKE NA VAN

A nova ciclovia, no entanto, levará cerca de três meses para ficar pronta. Como há a necessidade de iniciar logo as obras do monotrilho e interditar o trecho entre Granja Julieta e Vila Olímpia, vans vão atender os ciclistas no trecho interditado nesse período.

Segundo o Metrô, serão quatro veículos que vão permitir que os ciclistas trafeguem com segurança no trecho em obras. Essas vans serão equipadas com uma espécie de carreta que fará o transporte de até 14 bicicletas cada.

A cicloativista Renata Falzoni, da Bike é Legal, participou das reuniões e disse que as vans são em caráter provisório e que a medida não é interessante nem para os ciclistas nem para o Metrô.

"Com certeza vão agilizar a entrega da nova ciclovia para desativarem esse serviço", acredita. Os ciclistas esperam que a nova ciclovia permaneça e seja ampliada com o término da obra e liberação da ciclovia original que tem, ao todo, 21,5 km de extensão. O Metrô não informou se isso poderá ser feito com o término das obras do monotrilho.

Segundo o Metrô, na ponte João Dias será feito um acesso exclusivo para os ciclistas, que vão ter uma escada e canaleta para subir com as bicicletas na margem da CPTM. No outro lado do rio, será feita uma rampa para quem for acessar a ciclovia, que será pavimentada.

O Metrô informa ainda que um trecho de cerca de 80 metros da ponte sobre o rio receberá alambrados nas laterais para propiciar segurança aos ciclistas.

Na outra extremidade do desvio, na ponte Cidade Jardim, também serão colocados acessos, com escadas e canaletas. Segundo o Metrô, haverá controladores nos acessos, que funcionarão no mesmo horário da ciclovia da CPTM, das 5h30 às 19h30.

Questionado de quando começará a interdição e o serviço de vans, o Metrô diz que aguarda uma reunião com o Ministério Público Estadual para aprovar a medida. Segundo o Metrô, a interdição de 4,2 km da ciclovia atual é necessária para implantar 66 pilares de sustentação e 132 vigas por onde passarão os trens do monotrilho.

A ciclovia, que foi inaugurada em fevereiro de 2010 pela CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), recebe nos dias úteis cerca de 600 ciclistas. Nos finais de semana, esse número sobe para 4.000. O Metrô diz que no trecho interditado passam 200 bicicletas nos dias de semana e 2.000 aos sábados e domingos.

LINHA 17

A linha 17-ouro será entregue em duas etapas e vai ligar o aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, até a futura estação São Paulo-Morumbi, da linha 4-amarela.

De acordo com o Metrô, a previsão é de que o primeiro trecho - entre o aeroporto e a estação Morumbi da CPTM - fique pronto até 2014. Serão 7,7 km distribuídos em sete estações.

Já o segundo trecho, entre a estação Morumbi e a estação São Paulo-Morumbi, deve ficar pronto apenas em 2017. Serão mais 6,5 km e cinco novas estações. A expectativa é de que a linha atenda diariamente 400 mil pessoas.

O Estado de SP

Sem ciclovia, monotrilho da zona leste pode ter licença 'travada'

Secretaria do Meio Ambiente da Prefeitura informou que projeto do Estado depende de via exclusiva para bicicletas para ser autorizado

SÃO PAULO - É incerta a inauguração da ciclovia sob a estrutura do monotrilho da Linha 15-Prata, na Vila Prudente, na zona leste, junto com o serviço do ramal, previsto para janeiro. O secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, disse na quarta-feira, 30, que não sabe afirmar se a via exclusiva para bikes sairá ao mesmo tempo deste trecho da obra, que está sendo feita no canteiro central da Avenida Professor Luiz Ignácio de Anhaia Mello. Com isso, a autorização para o funcionamento dessa parte do monotrilho poderá ser ameaçada.

Para os trechos após a Estação Oratório, a ciclovia é uma compensação ambiental exigida pela Prefeitura de São Paulo ao Metrô de São Paulo, por meio de condicionantes para o recebimento da Licença Ambiental de Instalação das obras. A autorização para construir a Linha 15 foi emitida após a empresa concordar com as contrapartidas exigidas pelo governo municipal.

Embora no trecho inicial, entre Vila Prudente e Oratório, a Prefeitura não tenha exigido a ciclovia, a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente informou em nota que "o Metrô sinalizou que implantaria a ciclovia inclusive a partir do Trecho 01, trecho este licenciado pelo Estado", pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).

"Não sei te afirmar", afirmou Fernandes ao ser questionado se a ciclovia vai abrir juntamente com o trecho inicial de 2,9 km da linha de monotrilho, entre as Estações Vila Prudente e Oratório. "Mas é, digamos assim, o problema mais fácil. Faz parte da compensação e tudo."

O dirigente, que participou de um evento para expor o primeiro trem do monotrilho, estacionado no Pátio Oratório, declarou ainda que outros atrativos serão implantados sob as vigas de concreto ao longo do traçado da linha. Além disso, as estações contarão com bicicletários.

"Com a inauguração da estação, inaugura o bicicletário. Mas também tem toda uma fase de arborização. Nós vamos arborizar todo esse traçado com árvores para realmente ficar uma paisagem de muito pouca intrusão visual. Vai ficar muito bonito."

A SVMA, responsável por autorizar o início do funcionamento da linha, revelou em nota que, caso a ciclovia não saia do papel junto com o monotrilho, pode não conceder a permissão para o início das atividades do ramal.

"Considerando que a implantação da ciclovia é uma das condicionantes (exigência) a serem atendidas para a obtenção das licenças, não será emitida Licença Ambiental de Operação - LAO do monotrilho Linha 15-Prata caso não seja implantada a ciclovia prevista", informou a pasta em nota.

 

"A ciclovia será entregue juntamente com cada trecho, conforme a obra for avançando", divulgou a assessoria de imprensa do Metrô nesta quinta-feira, 31, um dia após a fala do secretário.