Prioridade da prefeitura não inclui acesso do Transbrasil ao Centro, e pode exigir baldeação no Caju

19/03/2017 08:15 - Extra RJ

O passageiro do futuro corredor BRT Transbrasil que sonhava ver encurtada a distância entre a Zona Oeste ou a Baixada e o Centro do Rio poderá ter de fazer baldeação no Caju para completar a viagem. Pelo projeto original, os ônibus articulados vindos de Deodoro chegariam até o Terminal Procópio Ferreira, na Central, facilitando a integração com o metrô para os que têm a Zona Sul como destino ou com o VLT até a Cinelândia e o Aeroporto Santos Dumont.

A prefeitura anunciou que retomará as obras entre Deodoro e o Caju, que estariam 55% concluídas e são prioritárias. Há outro trecho entre a Rodoviária Novo Rio e a Central, a cargo da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto (Cdurp), que está 58% pronto. Mas, entre os dois existe um hiato, que vai da Novo Rio à passarela dois da Avenida Brasil. A atual gestão alega que só após assumir descobriu que o pedaço não havia sido licitado e diz o mesmo ficará para uma segunda fase, ainda sem data.

— As pessoas vão saltar no Caju? Não faz sentido isso. É uma obra incompleta que contribui muito pouco para a mobilidade dos passageiros e a fluidez do tráfego — critica Alexandre Rojas, engenheiro de transportes e professor da Uerj.

Terminais sem licitação

A prefeitura diz ainda que pelo menos três terminais não foram licitados na administração passada e terão de ficar para uma segunda etapa de obras do BRT. Um deles é o de Deodoro, de ligação com a Transolímpica. Os outros dois fazem a conexão com a Baixada, sendo o das Margaridas, pela Dutra, e o das Missões, pela Washington Luiz. Cada um deles tem custo médio de R$ 115 milhões.

Esse valor, assim como o do trecho de acesso ao Centro — não informado pela prefeitura— não teria sido previsto no custo inicial do projeto, de R$ 1,4 bilhão, segundo a Secretaria municipal de Urbanismo, Infraestrutura e Habitação, o que dificultaria sua complementação.

Do montante total, já foram pagos R$ 781 milhões, restando R$ 637 milhões , de acordo com o secretário Indio da Costa.

Recomeço

A prefeitura publicou na última quarta-feira no Diário Oficial o termo de reinício das obras entre o Caju e Deodoro, mas não determinou uma data para a reativação dos canteiros. O texto diz apenas que os trabalhos devem ser reiniciados até cinco dias úteis após o pagamento do primeiro reajuste de contrato.

O atraso pode tornar a obra mais cara. A prefeitura já concordou com o pagamento do primeiro reajuste do contrato, de R$ 47 milhões, e estuda um segundo. A prefeitura diz que o reajuste, que é anual, faz parte do contrato. Já o consórcio afirma que a correção tem o objetivo de manter o equilíbrio econômico e financeiro da obra.