Tecido contra Covid-19 será testado em Metrô de SP e ônibus da capital já terão revestimento, diz fabricante

29/07/2020 12:50 - Diário do Transporte

ADAMO BAZANI

O Metrô de São Paulo vai testar em breve um tipo de revestimento de tecido para bancos e balaústres que pode reduzir o risco de contágio pelo novo coronavírus, causador da pandemia da Covid-19. Já os ônibus municipais da capital paulista devem começar a receber o produto para operarem com passageiros nas próximas semanas.

Características do tecido conseguem neutralizar a ação de vírus e bactérias.

A informação é do diretor de assuntos institucionais da empresa Chroma-Líquido Tecidos Tecnológicos, Ricardo Bastos, em entrevista ao Diário do Transporte na tarde desta quarta-feira, 29 de julho de 2020.

Segundo Bastos, para ser aplicado no Metrô, o tecido está em fase final de confecção devendo ser experimentado em uma composição com seis carros (vagões) até meados de agosto.

Quanto aos ônibus, o produto já foi desenvolvido e está sendo vendido às viações.

Os primeiros revestimentos devem estar nos coletivos do sistema SPTrans – São Paulo Transporte, mas empresas de outras cidades já procuraram a fabricante, de acordo com Ricardo Bastos.

Como mostrou o Diário do Transporte, a tecnologia foi desenvolvida em parceria entre as indústrias Chroma-Líquido Tecidos Tecnológicos e Rhodia Química, com a participação das fabricantes de carrocerias Caio e Busscar nos testes.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2020/07/03/caio-busscar-e-industrias-quimicas-desenvolvem-tecido-especial-para-onibus-contra-covid-19/

A promessa é de que se o novo tecido receber o toque (mãos, peças de vestuário, por exemplo) ou for atingido por gotículas, o vírus perde o poder contaminante, tornando-se inativo.  Assim, é possível impedir a chamada contaminação cruzada, pela qual o contágio acontece quando uma pessoa contaminada toca numa superfície e, logo em seguida, outra pessoa toca no mesmo local, ocorrendo a proliferação do vírus em escala.

O nome comercial do produto Amni® Virus-Bac OFF.

O tecido é formado por fios de poliamida. E este é o “segredo”, de acordo com Bastos.

O material tem em sua composição a prata, que tem agentes contra microorganismos, inclusive nos chamados vírus envelopados, como vírus influenza, herpesvírus, coronavírus, entre outros.

É como se a ação contra os micro-organismos integrassem o “DNA” do tecido

Bastos garante que o material é resistente ao uso severo do transporte coletivo e tem ação permanente, ou seja, não precisa de aplicações de produtos externos para ter seu efeito garantido, mesmo ao longo da vida útil.

O executivo diz ainda que a durabilidade é alta, sem a necessidade de trocas constantes, e a limpeza é comum.

Com o produto, os desenvolvedores têm uma perspectiva de faturamento de R$ 250 milhões nos próximos 12 meses, com a produção de duas mil toneladas de tecido no período. Para isso, será necessário contratar em torno de 500 trabalhadores.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes