Para José Roberto Generoso, “modelo de planilha proposto pela ANTP tira impressão de caixa preta do sistema”

25/08/2017 12:00 -


O Secretário Nacional de Mobilidade Urbana, José Roberto Generoso, reconhece ser positiva a iniciativa da ANTP – Associação Nacional de Transportes Públicos em lançar uma nova planilha nacional para cálculo de tarifas de ônibus em cidades de qualquer porte. 

A metodologia inclui custos que antes não eram contabilizados pelas atuais planilhas feitas com base na metodologia desenvolvida pelo Geipot – Grupo Executivo de Integração da Política de Transportes, hoje Empresa Brasileira de Planejamento de Transporte, que foi publicada em 1983 e revisada em 1991, 1994 e 1996. 

Em sua participação no evento de lançamento, realizado em São Paulo no dia 21 de agosto, Generoso citou outras questões que interferem nos custos do sistema de transporte, e evidentemente transcendem o campo de ação da planilha. Segundo ele, é necessário um esforço das empresas de transportes e, principalmente do poder público, em direção à redução dos custos do sistema, o que terá consequências nos valores pagos pelos usuários. “O modelo de planilha proposto pela ANTP é bom porque esclarece os custos e tira essa impressão de caixa preta”, disse Generoso.

“Os custos são colocados de acordo com a realidade. Para reduzir tarifas é necessário reduzir custos. E como reduzir os custos? Tem que melhorar o sistema, não dá para reduzir os salários dos motoristas. Pode-se tirar cobrador, é uma redução de custo, mas no momento atual reduzir emprego é sempre visto com maus olhos. Mas dá para trabalhar na questão do gerenciamento e melhorar o sistema. São duas questões fundamentais: a velocidade do ônibus e a integração entre sistemas”, disse Generoso.

Outro ponto apontado por ele se refere às interfaces entre instâncias de poderes, que ao não agirem de forma integrada, acabam por gerar custos. “Não dá para você ter uma linha municipal junto de uma linha intermunicipal, pois você vê aí dois entes, o estado e o município, agindo no sentido de um aumentar os custos do outro, ao invés de racionalizar. Essa racionalização passa necessariamente por uma governança metropolitana. A metrópole deveria ser um comando único, o que permitiria organizar e planejar uma rede única mais econômica”.