19/09/2013 11:00 - Prefeitura de Jundiaíi
Para tornar as ruas menos perigosas é fundamental reduzir a velocidade. "Esta é uma das ações que têm dado mais resultados na luta contra os acidentes de trânsito”, afirmou o superintendente da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), Luiz Carlos Néspoli (Branco), na noite desta quarta-feira (18), durante a abertura da Semana Nacional de Trânsito.
O evento também lançou oficialmente o Programa de
Humanização do Trânsito (PHT), da Secretaria de Transportes, com a campanha
"Não Brinque no Trânsito”. O objetivo é a educação e conscientização dos
motoristas, por meio de palestras e campanhas educativas.
Luiz Carlos Néspoli, o Branco, alertou que problema é uma "epidemia”
O secretário de Transportes, Dinei Pasqualini, destacou a
importância do programa. "Esta semana é muito importante. Estatísticas mostram
que 95% dos acidentes viários são uma combinação de irresponsabilidade e
imperícia. O trânsito mata mais que assaltos. De cada 10 leitos de UTI, 4 são
de origem em acidentes de trânsito”, alertou. Em 2012, foram registradas 44 mil
mortes em decorrência de acidentes de trânsito.
Dinei Pasqualini também lembrou que a situação do trânsito
hoje tem origem em escolhas feitas no passado e destacou que a solução passa
também em mais investimentos no transporte público. Segundo ele, estudos
mostram que a cada R$ 1 investido em transporte público, R$ 11 são investidos
em transporte particular. "Não há viário que resista.”
"No Brasil, cerca de 44 mil pessoas perdem a vida no
trânsito por ano e Jundiaí quer ajudar a reduzir esse número. Mas só vamos
conseguir isso se cada um de nós assumirmos nossas responsabilidades. Não há
mais espaço para o álcool e a direção, para a alta velocidade, para os rachas
ou para o descumprimento da legislação. No ano passado, mais de 30 pessoas
perderam a vida no trânsito na área urbana de Jundiaí e queremos diminuir significativamente
esse número”, disse o secretário.
Secretários e vereadores participaram da abertura da Semana de Trânsito
O secretário de Comunicação Social, Cristiano Guimarães,
lembrou que o trânsito é um dos maiores desafios da administração municipal,
mas destacou que a proposta do governo é de sintonia com a população. "Este
evento é uma das formas de aproximar o poder público da população.”
O secretário de Saúde, Cláudio Miranda, também participou da
abertura e comentou o impacto que os acidentes de trânsito tem na saúde
pública, exigindo altos investimentos em tratamentos, UTI, neurocirurgia,
ortopedia, prótese, entre outros. "Este tipo de evento é importante para levar
educação e orientação para a população.”
O evento contou ainda com a participação dos vereadores
Márcio Cabeleireiro e Antônio de Pádua Pacheco, representando a Câmara
Municipal, do comandante da Guarda Municipal, José Roberto Ferraz, e de
representantes das polícias Militar e Rodoviária.
A Semana Nacional do Trânsito prossegue nesta quinta-feira (19) com uma ação especial na rua Barão de Jundiaí, no Centro. Contará ainda com palestras, atividades para os ciclistas e capacitação para Agentes de Trânsito e motoristas do Sistema Integrado do Transporte Coletivo.
Estatísticas
preocupam gestores do trânsito
Os dados apresentados por Branco preocupam. O Brasil,
relatou ele, está no topo da lista dos países com maior número de mortes no
trânsito, com 23,4 mortes por 100 mil habitantes. Para se ter ideia, o Reino
Unido tem 3,1 mortes por 100 habitantes. "Vivemos uma epidemia. É uma situação
que exige providências urgentes”, alertou. E Jundiaí segue a tendência do País,
com 22,2 mortes por 100 habitantes.
Para Branco, a Semana Nacional do Trânsito é uma celebração,
uma forma de concentrar e colocar em evidência o tema. "Mas é preciso pensar no
tema o ano inteiro.”
Apesar dos problemas, Branco mostrou algumas ações que têm
mostrado bons resultados, como a redução da velocidade máxima permitida nas
vias e a lei seca. Estudos comprovam que diminuir 10 km/h no limite de
velocidade reduz 38% a taxa de acidentes. Em São Paulo, exemplificou Branco,
depois que a Prefeitura reduziu a velocidade na avenida 23 de Maio, o número de
acidentes caiu 28%.
"Cidades que criaram programas com apoio de organizações
não-governamentais também estão tendo sucesso.” A palavra-chave, segundo ele, é
"gestão”. "Envolve vontade política, organização, método e continuidade, que
deve ultrapassar as gestões de governos.”
Por Niza Souza / Foto:
Dorival Pinheiro Filho