30/07/2015 07:05 - O Estado de SP
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tem 1 morte a cada 600 metros - O Estado de SP
Acidentes
nas Marginais custam R$ 189 milhões - O Estado de SP
O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Márcio Elias
Rosa, disse ser contra a judicialização do programa de redução de velocidade
das Marginais, mas afirmou que a Prefeitura deve estar "sujeita a controle
social e jurisdicional”. No Ministério Público Estadual (MPE), chefiado por
Rosa, a gestão Haddad enfrenta uma investigação sobre a medida.
"Pessoalmente, sou favorável ao diálogo. Eu não gosto da
ideia de judicialização de conflito, sobretudo esses, que envolvem muitos
interessados”, disse o procurador-geral. "Acho que os dados técnicos que devem
ter embasado a decisão política da Prefeitura precisam ser conhecidos e
eventualmente revistos. Por isso sou a favor do diálogo e não da
judicialização”, disse Rosa.
Questionado se é a favor ou contra a redução de velocidade
nas Marginais, ele disse que vai se posicionar "só se os dados técnicos
confirmarem que com isso (a medida) tem melhora da mobilidade urbana e
ampliação da segurança”.
Para o promotor de Habitação e Urbanismo Marcus Vinícius
Monteiro dos Santos, responsável pelo inquérito do MPE, apesar de a Companhia
de Engenharia de Tráfego (CET) ter apresentado ao órgão os dados quantitativos
sobre mortos e feridos nas Marginais do Pinheiros e do Tietê, falta qualidade
ao levantamento, uma vez que os engenheiros da companhia não apresentaram como
os acidentes e aconteceram e em quais velocidades.
Nesta quarta-feira, 29, o Estado mostrou que o gasto social
com acidentes, mortos e feridos nas duas vias era de R$ 189 milhões em três
anos, de acordo com a Prefeitura. O prefeito Fernando Haddad (PT) disse ainda
que quis informar os dados à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que tenta
cassar a medida na Justiça, mas a entidade teria recusado.
"Eu propus à OAB o encaminhamento dos estudos antes de eles
tomarem essas medidas e eles se recusaram. Criaram um fato. Se estivessem
interessados nas informações, teriam recebido”, disse Haddad, que ontem assinou
com Elias Rosa um termo de parceria entre Prefeitura e o MPE para combater a
violência contra os jovens da capital paulista. Na sexta, Haddad disse que a
OAB adotou uma posição de "antagonismo” quanto à política.
A informação sobre o custo social das Marginais está na
contestação da Prefeitura apresentada à Justiça na última segunda-feira. O
documento rebate as justificativas da OAB. A entidade defende que a Prefeitura
não divulgou a medida com amplitude e questiona os R$ 189 milhões, já que são
valores corrigidos de 2003.