17/11/2014 07:33 - Valor Econômico
Quem nunca deixou de pegar um táxi com pena do dinheiro
gasto? Pensando nisso dois jovens brasileiros desenvolveram um aplicativo para
estimular o compartilhamento de táxi. O sistema Borajunto deve estrear para o
público, a princípio na cidade do Rio de Janeiro, no dia 20 de novembro.
O usuário baixa o programa do Borajunto, que se conecta ao
Facebook. A partir daí, pode-se criar grupos de conversas de até quatro pessoas
interessadas em dividir um táxi para determinado local.
O aplicativo não estará apto para chamar um carro, mas para
reunir interessados em dividir um táxi, que pode ser parado na rua ou chamado
por telefone.
A dupla foi a vencedora, na sexta-feira, em Chengdu (China),
do Michelin Challenge Bibendum. O aplicativo venceu uma disputa entre quatro
finalistas que já haviam passado numa peneira com outros 315 equipes de 38
países. A competição não concedeu prêmios, mas mostrou a uma plateia de
empresários - os sete juízes da final pertenciam a empresas como GDF Suez,
Michelin e PSA Peugeot-Citröen - inovações na área de mobilidade urbana.
O Borajunto foi criado por Ticiana Ribeiro, 30 anos, formada
em administração e com mestrado em geografia de transporte na Universidade do
Estado do Rio de Janeiro (Uerj), e Pedro Dias, de 23 anos, formado em design de
mídias digitais pela PUC-Rio. "Estaremos em breve em São Paulo. E no
futuro o aplicativo também será usado para chamar os táxis", diz Ticiana.
"Vimos que funcionava quando juntamos três alunas da
PUC que moravam na Tijuca [bairro da zona norte do Rio]", disse Ticiana,
lembrando que as três tinham os mesmos horários de segunda a quinta-feira e iam
para a faculdade em táxis separados. Depois de testar o aplicativo, a média de
gasto de cada uma das três alunas passou de R$ 120 para R$ 40 por semana.
O desenvolvimento do aplicativo conta ainda com dois
programadores, um para Android e outro para IOS. Os recursos, R$ 92 mil obtidos
na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) na época
do Start-Up Rio, garantem os custos até junho do ano que vem. O aplicativo, que
já tem 4,8 mil pré-inscritos, será gratuito nos primeiros dois meses, quando
entrará em operação a forma de remuneração escolhida por Dias e Ticiana: um
percentual da economia mensal dos usuários.
"Ao se cadastrar o usuário fornece o número do cartão.
A cada 30 dias cobramos 10% do que for economizado nas corridas", explicou
Dias. O usuários preenche o valor da corrida e a economia que fez ao dividir o
táxi. Evitou-se cobrar dos taxistas, uma vez que isso poderia afastá-los desse
tipo de corrida compartilhada. A aproximação com os donos de táxi se deu em
conversas com a associação dos taxistas (Abrataxi) e com a Secretaria Municipal
de Transportes Urbanos (SMTR) do Rio.
A dupla brasileira venceu três engenheiros franceses que apresentaram um projeto de carro que pode ser desmontado em casa e adaptado à necessidade diária do proprietário. E a dupla da Índia mostrou o projeto de fabricação de hidrogênio para ser usado como combustível a partir do lixo produzido por fábricas de doces e chocolates.