1. Considerações Gerais

    O transporte por fretamento nunca foi incluído nos planos de mobilidade urbana. Isto decorreu principalmente do fato do serviço ser considerado "privado”, cabendo ao governo apenas a fiscalização sobre a documentação e as condições dos veículos utilizados.

    No entanto, o aumento acelerado dos problemas de mobilidade nas grandes cidades do Brasil requer o uso de um conjunto mais amplo de ações para a mitigação dos impactos negativos. Neste aspecto, o transporte contínuo por fretamento tem um papel importante, uma vez que é a forma de transporte que mais reduz o uso dos automóveis, levando a uma grande economia de espaço viário. 

  2. Alguns projetos recentes com envolvimento de fretamento contínuo

 

  • Projeto Santander, Marginal Pinheiros

    A sede do Banco Santander em São Paulo está localizada em uma torre de 31 pisos e de grandes proporções na marginal do Rio Pinheiros. Na torre trabalham 5 mil pessoas, sendo que há 5 mil vagas de estacionamento. A partir de 2010 foi feito um trabalho detalhado de análise dos hábitos de deslocamento dos funcionários, a partir do qual foi definido um conjunto de ações de apoio ao uso de formas de transporte mais sustentáveis

     

     

     

      • Projeto Banco Mundial na Av. Luiz Carlos Berrini

        Este projeto, feito nos anos 2013 e 2014, buscou a adesão de empresas localizadas na Av. Luiz Carlos Berrini, na zona sul de São Paulo, onde há uma grande concentração de grandes empreendimentos e um elevado grau de congestionamento de trânsito. O projeto propôs que as empresas fizessem um estudo das formas de deslocamento usadas por seus funcionários e a partir disto propusessem uma mudança, para reduzir o uso do automóvel e aumentar o uso do transporte coletivo (inclusive fretado), da bicicleta e da caminhada. Dez empresas desenvolveram o projeto até o fim.

         

        Figura 1: Áreas com maior congestionamento em São Paulo (Av. Berrini na parte de baixo)

         

        A figura 2 mostra que o transporte fretado teve alto apoio em relação à pergunta sobre qual forma alternativa de transporte seria interessante para os funcionários.

         Figura 2: Transporte alternativo preferido pelas pessoas (Av. Berrini, São Paulo)


         

        Figura 3: Localização das pessoas com propensão a trocar para o fretado, Av Luiz Carlos Berrini, São Paulo.


         

        A figura 4 mostra que após o projeto, o uso do automóvel diminui 3%, ao passo que o uso do fretamento aumentou 4% e o do transporte público 2%.

         

         Figura 4 Mudança de modo de transporte, Av Luiz Carlos Berrini, São Paulo